sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Erosão, transporte e sedimentação

Ao longo do seu curso, os rios realizam três trabalhos geológicos essenciais para a construção e modificação do relevo - a erosão, o transporte e a sedimentação:

  • A erosão provocada pelas águas dos rios designa-se por erosão fluvial; é provocada pela extracção progressiva de materiais do leito e das margens; esses materiais resultaram da alteração de rochas e, pela erosão, são removidos do local onde se encontram. É devida à pressão que a água exerce sobre as saliências do leito e das margens e é principalmente importante em épocas de cheias, em que a velocidade das águas é mais elevada. O poder erosivo de um rio será tanto maior quanto maior for o seu caudal e a inclinação do seu leito, que pode sofrer variações ao longo do percurso.
  • Depois da remoção, os fragmentos sólidos (detritos), independentemente das suas dimensões, fazem parte da carga sólida do curso de água. Estes materiais podem ser levados para outros locais, a maiores distâncias; este transporte pelas águas fluviais pode fazer-se por vários processos:

1) Materiais em solução - a água , ao passar pelas rochas, pode dissolver diversas substâncias. Se as condições forem favoráveis à precipitação de um soluto, formar-se-ão as respectivas rochas sedimentares de origem química.

2) Em suspensão mecânica e coloidal (materiais finos) - a água corrente possui a capacidade de manter em suspensão partículas sólidas graças à sua velocidade e, sobretudo, ao seu grau de turbulência. Quanto maior for a velocidade de um rio, maior será a sua capacidade de manter e transportar partículas em suspensão.

3) Por saltação, rolamento ou arrastamento (materiais mais pesados) - graças ao movimento das águas fluviais, verifica-se uma pressão horizontal sobre o leito do rio, que aumenta com a velocidade e com a viscosidade da água.
  • A sedimentação consiste na deposição dos materiais ao longo do leito ou nas margens; é ordenada segundo as dimensões, o peso dos detritos e a velocidade da corrente: os materiais mais pesados e de maiores dimensões depositam-se mais para montante os de pequenas dimensões e mais finos depositam-se próximo da foz (a jusante) ou são transportados para o mar. A deposição de materiais nas margens desempenha um papel importante aquando da ocorrência de cheias. Na planície de inundação ficam depósitos, os aluviões, que tornam essas zonas muito férteis. Em cada troço do rio realizam-se simultaneamente os três tipos de trabalho geológico; no entanto, de uma forma selectiva, predomina um ou outro.


Podemos dividir o percurso de um rio da nascente até à foz em três secções: o curso superior, ou alto curso, o curso médio e o curso inferior.

  • O curso superior corresponde à parte mais inclinada e é onde a erosão e o transporte de materiais são mais fortes.

  • No curso médio a inclinação já não é tão acentuada e, por isso, as águas perdem força e não têm tanta capacidade de transportar os sedimentos maiores.

  • O curso inferior é a zona mais próxima da foz e, portanto, quase não tem inclinação, o que faz com que haja pouca erosão e quase nenhum transporte. Se a foz estiver livre de sedimentação, chama-se estuário; quando tem acumulações de aluviões que vão dificultar a saída da água, dá-se o nome de deltas.

O percurso de um rio pode ser estudado através do seu perfil longitudinal e do seu perfil transversal. Através do perfil longitudinal (linha que une os pontos do leito, desde a nascente até à foz), podemos estudar com exactidão o declive do leito do rio ao longo do seu percurso. Já o perfil transversal mostra-nos as características do vale numa determinada secção do rio.


Adaptado de http://www.geocities.com/athens/forum/5265/transp.htm, http://pwp.netcabo.pt/geografia/evolformrelevo.htm e de S. Amparo, G. Fernanda, S. Maria, M. Almira, B. Ludovina e F. José, Terra, Universo de Vida, Porto Editora, Porto, 2007

1 comentário:

Zonas Costeiras Grupo A4 disse...

O blog está interessante, sempre actualizado. O jornal bacial foi algo original.

Grupo A4